5 de novembro de 2010

A Cor da Saudade




Era uma vez uma menina que tinha um pássaro encantado.
Ele era encantado por duas razões: não vivia em gaiolas, vivia solto
e vinha quando queria, quando sentia saudades...
Sempre que voltava, suas penas tinham cores diferentes, as cores dos
lugares por onde tinha voado.
Certa vez, voltou com penas imaculadamente brancas e contou histórias
de montanhas cobertas de neve.
Outra vez, suas penas estavam vermelhas e contou histórias de desertos
incendiados pelo sol.
Era grande a felicidade quando eles estavam juntos.
Mas, sempre chegava a hora do pássaro partir...
A menina chorava e implorava:
- Por favor, não vá. Terei saudades, vou chorar.
- Eu também terei saudades - dizia o pássaro - mas vou lhe contar um segredo!
Eu só sou encantado por causa da saudade. É ela que faz com que minhas penas
fiquem bonitas... senão você deixará de me amar.
E partiu.
A menina, sozinha, chorava.
Uma certa noite ela teve uma ideia: e se o pássaro não partir? Seremos felizes
para sempre! Para ele ficar, basta que eu o prenda numa gaiola.
E assim o fez.
A menina comprou uma gaiola de prata, a mais linda que encontrou.
Quando o pássaro voltou, eles se abraçaram, ele contou histórias e adormeceu.
A menina aproveitou o seu sono e o engaiolou.

Quando o pássaro acordou deu um grito de dor.
- Ah ! O que você fez? Quebrou o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me
esquecerei das histórias. Sem a saudade, o amor irá embora...
A menina não acreditou... achou que ele se acostumaria.
Mas, não foi isso o que aconteceu. Caíram as plumas e as penas transformaram-se
em um cinzento triste.
Não era mais aquele o pássaro que ela tanto amava...
Até que ela não aguentou mais e abriu a porta da gaiola.
- Pode ir, pássaro - disse - volte quando você quiser...
- Obrigado - disse o pássaro - irei e voltarei quando ficar encantado de novo. Você sabe,
ficarei encantado de novo quando a saudade voltar dentro de mim e dentro de você.

Quantas vezes aprisionamos a quem amamos, pensando que estamos fazendo o melhor?
Pense... deixar livre é uma forma singela de ter...
Direcione o seu amor não para a prisão e sim para a conquista, sempre.

3 comentários:

  1. Claudine, Lindo texto, parabéns!
    Agradeço a sua visita e os comentários aos meus posts.
    Bom domingo!
    Abraços, FrancK

    ResponderExcluir
  2. Claudine, que essa história sirva de lição para aquelas pessoas que acham que são felizes com alguém, mas na realidade estão vivendo uma ilusão e sufocando alguém que não as querem mais. Existem muitas pessoas carentes, infelizes por estarem sozinhas, as vezes por orgulho, se achando melhor que as outras, e acabam sofrendo isoladas na solidão. Para ser feliz, é preciso ter humildade e amor no coração. Parabéns pela postagem. Abraços!

    ResponderExcluir
  3. Claudine,
    Adorei a sua história,é maravilhosa, parabéns!

    Agradeço a sua visita e os belos comentários aos meus poemas.

    Como me pediu, aqui tem o meu poema para colocar no seu blogue:

    DESNUDA À JANELA

    Desnuda, estou à janela...
    Com alma, plena de paixões,
    Faço-te as minhas confissões,
    Sentindo... o aroma de canela!...

    Lua, és perfeição, no mar alto à vela...
    Transbordas d'alegria os corações,
    Encanto... com lágrimas d'emoções,
    Na fase cheia, és tão mais bela!...

    Inspiração pra meus cantos...
    Luz, deslumbrante no campo,
    São luares dos meus encantos!...

    Oh Lua!... Faz-me muitos feitiços...
    Pra casar com homem muito rico,
    Velas e flores... magia nos pedidos!...

    FrancK P_LavD
    Direitos de Autor

    "Publicado em POEMAS INÉDITOS a
    01 de Setembro de 2010"


    Amiga Claudine, desejo Um Natal e Novo Ano Muito Feliz de Paz e Luz para si e família!
    Grande abraço,
    FrancK

    ResponderExcluir

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